A crescente necessidade de medir a resiliência da rede
Back to TopEm 2020, os EUA verificaram um pico histórico de 22 grandes desastres climáticos em um único ano, resultando em impactos econômicos significativos e condições perigosas para as comunidades, que muitas vezes ficam sem acesso a serviços essenciais. De acordo com a National Oceanic and Atmospheric Administration, os danos de cada um desses desastres excederam US$1 bilhões, totalizando aproximadamente US$95 bilhões.
Com o esperado aumento da frequência de grandes tempestades devido à mudança climática, as concessionárias estão sendo pressionadas a mudar de uma visão de recuperação e reconstrução para uma estratégia de resiliência proativa, e elas estão buscando investimentos em reforço e auto-recuperação da rede. No entanto, as concessionárias enfrentam o desafio de que as métricas de resiliência da rede não estão bem estabelecidas. Isso dificulta a quantificação da necessidade e do valor desses investimentos, ou a avaliação do seu progresso.
Apesar do setor ter tido conversas robustas para tentar o alinhamento em um conjunto de métricas padrão, essas medições são embrionárias e inconsistentes. À medida que os problemas com clima adverso vão se tornando o “novo normal”, isso gera um crescente senso de urgência para que as concessionárias operem com a compreensão de que seu sistema deve contar com a inevitabilidade de tempestades, avaliar o que podem, e esperar que possam justificar os investimentos necessários.
Um ponto de partida é a reavaliação do escopo do System Average Interruption Duration Index (SAIDI, índice de duração média de interrupção do sistema) e do System Average Interruption Frequency Index (SAIFI, índice de frequência média de interrupção do sistema). As concessionárias estão acostumadas a usar essas métricas, mas geralmente excluem os dias de eventos importantes (MEDs, major event days). MEDs são dias em que a rede verifica um stress acima do que é normalmente esperado, como ocorre em clima severo.
Ao comparar o desempenho em 2020 das concessionárias de investidores nos EUA com e sem MEDs, observa-se que existe uma importante lacuna no desempenho da rede quando as concessionárias incluem MEDs, e até mesmo que as concessionárias são inconsistentes na maneira como definem MEDs. Ainda assim, a inclusão de MEDs dá às concessionárias uma visão mais completa do seu sistema e começa a ajudá-las a medir a resiliência a clima severo.
À medida que a indústria trabalha para estabelecer medições de resiliência, aspectos adicionais podem ser avaliados para fornecer análises baseadas em dados do desempenho da rede e para considerar as implicações mais amplas dos MEDs:
• Desempenho da rede: Outra maneira de quantificar o impacto do sistema é através da porcentagem de clientes que ficam sem energia, além da velocidade e do custo da restauração.
• Comunidade: Com qualquer tempestade importante, existe um impacto humano quando a energia cai. Isso pode se traduzir pelo número de horas em que as comunidades não podem acessar serviços e instalações críticos (p.ex. hospitais, postos policiais, estações de tratamento de água).
• Economia: Quando as empresas não podem operar após as tempestades, isso tem impacto na economia local. Isso pode ser medido pela carga de perda de valor das principais empresas e do impacto resultante no produto regional bruto.
À medida que as métricas de resiliência evoluem, precisamos olhar além do desempenho da rede e pensar holisticamente sobre o impacto mais amplo para todos os interessados. Isso é especialmente verdadeiro para reguladores, que aprovam os investimentos em resiliência que as concessionárias precisam fazer.
Os reguladores devem considerar os casos no contexto das mudanças climáticas e do impacto de amplo alcance das tempestades e, então, facilitar os avanços da rede de uma forma que apoie as concessionárias como empresas. Essa mentalidade e colaboração são críticos para minimizar a devastação das tempestades e para proteger nossas comunidades e a economia.